domingo, 18 de janeiro de 2009

"A mídia adora me rotular", desabafa Dado Dolabella


Pelo menos no que diz respeito ao campo cênico, Dado Dolabella não tem do que reclamar. O ator se destaca a cada capítulo de Chamas da Vida na pele do rebelde Antônio, é um dos "queridinhos da vez" da Record e já tem vaga certa no sitcom de Tom Cavalcante, Louca Família, que a emissora colocará na grade regular a partir deste ano.

Mas o orgulho que Dado tem de sua fase atual se esvazia assim que ouve qualquer comparação entre suas cenas na ficção com as confusões que envolvem seu nome fora dela. "Uma coisa é o Dado e outra é minha profissão. A mídia adora me rotular, mas não me preocupo com isso. Estou no meu trabalho de maior repercussão na TV e vejo minha atuação ser reconhecida. Isso é o que importa", defende-se, com indisfarçável desconforto.

Mas esse é mesmo o único assunto que muda o humor do ator. Dado é só sorrisos ao comentar o que chama de "possibilidades de criação" de seu papel no folhetim de Cristianne Fridman.

"Gravo cenas em que o Antônio se mostra do bem e outras em que ele é totalmente do mal. O texto não me deixa ficar estagnado em uma única função na trama", elogia.

Além disso, Dolabella garante valorizar cada oportunidade que tem de humanizar seu personagem. Uma forma até de deixar dúvidas sobre que final seria mais justo, já que a trama se encerra em cerca de dois meses. "As cenas com a Vivi em relação ao aborto e o próprio namoro com a Beatriz mostram que ele tem qualidades", argumenta.

Para chegar a esse meio termo, Dado afirma ter visto vários filmes para tentar se inspirar em alguns personagens. No topo da lista está a atuação de Matt Dillon em O Selvagem da Motocicleta, de Francis Ford Coppola, e o marginal interpretado por Woody Harrelson no longa Assassinos por Natureza, de Oliver Stone.

"Mas vi muitos outros", atesta. Ainda que o cinema não tenha sido sua maior fonte de referências para chegar ao tom que hoje dá às cenas de Antônio em Chamas da Vida.

"Fui criado indo muito a Búzios e a maioria dos meus amigos de lá era de áreas com vocabulário e jeito de falar bem próximos daqueles usados na novela", explica.

As confusões do passado não assustam Dado em relação ao futuro. O ator não se mostra à vontade para falar de atrasos em trabalhos anteriores e das brigas públicas com João Gordo, quando quebrou a mesa do apresentador da MTV, e com a ex-namorada Luana Piovani.

Mas jura que atualmente não tem qualquer postura que prejudique os colegas de elenco. "Acho que se eu não tratasse meu trabalho com respeito, a emissora não teria interesse em me contratar por um prazo longo", rebate. E, ao contrário do que foi noticiado recentemente, não assume a renovação de seu contrato por longo prazo.

O discurso de Dado parece ter fundamento. A Record não esconde sua satisfação com a repercussão de seu personagem. Tanto que o número grande de cenas que contam com o ator em Chamas da Vida não impediu que fosse escalado para o especial de fim de ano Louca Família.

Por isso mesmo, ele acredita que não será problema conciliar as gravações do seriado caso a novela seja estendida. "A gente conseguiu no fim do ano, não deve ser complicado repetir durante algumas semanas também", explica.

Chamas da Vida - Record - Segunda a sábado, às 22h.

Estréia nos bares

Dado começou a carreira artística em comerciais de TV, aos quatro anos de idade. Já no primeiro teste que fez, para uma famosa marca de sucos concentrados, o ator faturou a vaga. Mas só aos 12 anos se aventurou nos palcos. Enquanto estudava no Colégio da Cidade, na Zona Sul do Rio de Janeiro, montou com quatro amigos um grupo de teatro.

Foi o primeiro passo para investir nas artes cênicas e ingressar num curso com a atriz Rosane Gofman. "Logo depois fiz teste para minha primeira peça profissional, Mesa Sete, e passei. Era puro improviso e nos apresentávamos em bares cariocas", lembra.

Foi durante o espetáculo que Dado foi chamado para um teste na Globo. Passou e estreou na TV como o mulherengo Robson de "Malhação", em 2001. De lá para cá, marcou presença na minissérie "A Casa das Sete Mulheres" e na novela "Senhora do Destino", ambas da Globo.

Sem ter o contrato com a emissora renovado, o ator foi convidado para protagonizar a insossa "Cristal", no SBT. Ao final da novela, ficou sem contrato novamente e, no início de 2008, assinou com a Record para fazer "Chamas da Vida". "Tenho orgulho do meu currículo", resume.

Instantâneas

# Além de Luana Piovani, Dado já namorou outras artistas. Deborah Secco, Daniele Winits, Adriane Galisteu e Wanessa Camargo estão no currículo amoroso do ator.
# Dado lançou, em 2003, o CD "Dado pra Você". Na época, o ator chegou a passar uma temporada morando em Minas Gerais, onde gravou e divulgou o álbum.
# Quando protagonizou "Cristal", Dado regravou a música "Está Escrito", do MC Bob Rum, para a abertura da novela.
# Até hoje Dado parece não ter superado a morte do pai, Carlos Eduardo Dolabella. O ator faleceu em decorrência da diabetes em 2003, mas passou os últimos três anos de vida tentando vencer a doença.

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